sexta-feira, 27 de maio de 2011

Filantropia

Zélia Walters conta a história de um homem desempregado, por nome Donley, que se viu forçado a mendigar. Certa noite, uma bondosa senhora lhe deu um dólar, dizendo:
- Aí está, compre alimento; e não se desanime ainda quão difíceis as coisas pareçam. Há para o senhor, algures, um trabalho. Espero que o encontre em breve.
- Obrigado, a senhora me deu um novo impulso e um novo coração. Jamais esquecerei sua bondade.

Aquelas palavras o fizeram sentir-se como um homem, não um fracassado.
- O senhor estará se nutrindo do pão de Cristo; passe-o adiante – disse ela.
Donley gastou meio dólar num restaurante barato, e resolveu guardar o outro para o dia seguinte. Mas ao pensar no “pão de Cristo”, não podia reservar o dinheiro só para si; e assim o repartiu com um velho camarada que estava com fome. Durante a refeição, Donley observou que o velho estava embrulhando um pedaço do pão num guardanapo de papel.
- Guardando alguma coisa para amanhã, hein?
- Oh, não! E que há um menino lá em baixo, na rua, que tem passado maus bocados, e eu o vi chorando com fome. Quero dar-lhe o pão.
Um terceiro faminto partilharia o pão de Cristo. Ambos levaram o alimento para o menino faminto, que começou a comê-lo avidamente. Logo o garoto parou de comer e chamou um cão perdido e assustado:
- Vem cá, amigo, vou te dar a metade.
A seguir, tomou a atitude de um novo rapaz. Pôs-se de pé, e começou a vender seus jornais com renovado vigor.
Após uma palavra de animação ao velho, Donley voltou-se e viu o cão perdido a farejar-lhe a perna. Acariciou-o e encontrou em torno de seu pescoço uma coleira em que se achava o nome do dono. Ao ir entregar o cão a esse dono, foram-lhe dados em recompensa dez dólares. Donley olhou para a nota, meio aturdido.
- Não desejava receber isto. Queria simplesmente devolver o cão a seu dono.
- Leve-a. O que o senhor fez vale mais do que isto para mim; e, ao que parece, o senhor precisa de um emprego, não é? Venha amanhã ao meu escritório.
Uma pessoa nunca perde ao repartir seu pão com um faminto.

“Bem-aventurados os misericordiosos.”

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