quinta-feira, 3 de maio de 2012

Morte: A Doutrina Que Não Podemos Negligenciar




A morte paira sobre todos nós.
Ela assusta alguns e alegra outros.
Impulsiona-nos a obras nobres e atos terríveis.
Talvez nenhuma força única tenha agido de maneira tão poderosa sobre o homem quanto o seu conhecimento de que certamente morrerá.
Kierkegaard chamou o conhecimento da própria morte de o fato essencial que nos distingue dos animais.
Contudo, gastamos nossos dias pensando sobre tudo, exceto sobre a morte.
Olhe para a indústria que desafia a idade, avaliada em bilhões de dólares, e verá o que o antropólogo cultural Ernest Becker chamaria de negação da morte. 
Mesmo os nossos sermões são orientados para o aqui e agora: casamentos estáveis, musculatura forte, mentes serenas e investimentos seguros.

Sociedade estranha, na verdade: esforçamo-nos para preservar a parte menos duradoura do nosso ser – o corpo. E fazemos isso, apesar das substanciais palavras que a Bíblia tem a dizer sobre a morte.
Talvez você nunca tenha pensado na morte como uma doutrina cristã. Ou uma que mereça muita atenção. Mas na verdade, é uma doutrina, e que merece profunda consideração.
Deixe-me mostrar-lhe como e por que.

Morte Física: Os Fatos
A Bíblia fala da morte de três formas: física, espiritual e eterna.
Para plantas e animais, a morte não é nada mais do que o fim da vida. Mas para o ser humano é mais. É a separação da alma do corpo. É uma passagem de um tipo de existência para outro.
No antigo Israel, a morte era um fim natural da vida. Portanto, a meta de um israelita era viver por muito tempo e morrer na presença dos filhos e netos. Por exemplo:
Ao sair-lhe a alma (porque morreu), deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamim. Gênesis 35:18
Mas para onde acreditam eles que a alma partiu? Antigos hebreus encaravam a morte como a entrada da alma no Seol, onde o morto era separado de Deus e da comunidade. 
Apesar deste destino cruel, Salmos 139:7-8 proclama que Deus, o Redentor, está tanto no céu quanto no Seol. Na verdade, ele é capaz de trazer uma pessoa para fora do Seol:
O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura (Seol) e faz subir. 1 Samuel 2:6
É somente em Eclesiastes que você encontra um total pessimismo expressado em face da morte. E aquele livro mostra, provavelmente, uma considerável influência não hebraica.

Morte Espiritual: Os Fatos
Abel foi o primeiro ser humano a morrer, conforme registrado na Bíblia. Caim, seu irmão, o assassinou. Mas a primeira menção da morte em um sentido físico e espiritual ocorreu em Gênesis 2:17:
Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Em outras palavras, a morte foi um resultado do pecado.
É por isso que o Novo Testamento vê a morte NÃO como um evento pessoal, mas um problema teológico: o pecado introduziu a morte e a morte envolve a separação de Deus.
Esta é a morte espiritual.
Romanos 3:23 diz isto desta maneira: "pois todos pecaram e carecem da glória de Deus." Estão espiritualmente separados de Deus. Mas, quando somos nascidos de novo, quando Cristo nos redime, somos levantados da morte espiritual e reunidos espiritualmente com Deus.

Morte Eterna: Os Fatos
A morte eterna é a terceira versão bíblica da morte. Esta é conhecida como a segunda morte, e aparece em Apocalipse 2:11:
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.
Esta é a separação eterna de Deus no inferno. Ela ocorre depois do julgamento final.
Nesse ínterim, o diabo é o senhor da morte, o próprio deus deste mundo que Cristo paradoxalmente conquistou pela morte.

A Derrota da morte pela Ressurreição de Cristo
Paulo viu a morte, em todas as versões, como um inimigo, um inimigo conquistado pela ressurreição de Cristo:
O último inimigo a ser destruído é a morte. 1 Coríntios 15:26
Na verdade, o principal ponto de passagens do Novo Testamento como 1 Coríntios 5:7, 2 Coríntios 5:15, Filipenses 2:8 e 1 Pedro 3:18-19 é que Jesus não permaneceu morto, mas derrotou o diabo, tomou o poder da morte e subiu em vitória.
Isto naturalmente remove a noção do purgatório ou sono da alma, doutrinas que contradizem a suficiência da morte de Cristo. A morte e a ressurreição de Cristo removeram a maldição da morte de uma vez por todas.

Como os cristãos devem ver a Morte
Assim sendo, mesmo que os cristãos continuem a morrer fisicamente, a morte nunca pode nos separar de Cristo. Não sofremos da mesma forma que resto das pessoas que não têm esperança.
Em vez disso, nosso luto é reforçado por nossa expectativa da nossa própria transição desta vida para a próxima.
Phillip Yancey uma vez disse "precisamos de uma percepção renovada da morte" e "uma fé, em meio aos nossos gemidos, de que a morte não é a última palavra, mas a penúltima."
Uma visão apropriada da morte, tanto a bela quanto a feia, permite-nos expressar para os ímpios a alegria encontrada na firme esperança que temos na própria morte e ressurreição de Cristo. 
Isso é fundamental para o evangelho.
Ademais, o paradoxo é que podemos exercer e desfrutar plenamente da nossa comissão para dominar a terra quando percebemos que o nosso artesanato imaturo e corrupto se transformará em um eterno e incorruptível objeto de glória para Deus na ressurreição futura. 

E Quanto a Você?
Você tem um respeito saudável para a morte? Você está vivendo sob a perspectiva de que um dia vai morrer? E como você lida com essa verdade? Você coloca sua confiança em Cristo ou nesta cultura?


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