quinta-feira, 28 de julho de 2011

Falando com sabedoria

Provérbios 25.11
Vimos que precisamos de sabedoria para viver em comunhão com Deus, para viver em harmonia na família, para viver com discernimento nos negócios e agora para viver fazendo bom uso das palavras.
É um grande desafio falar sobre o falar. O profeta Isaías quando teve a visão de Deus (Isaías 6.1-6) reconheceu que era homem de lábios impuros e que habitava no meio de um povo de impuros lábios. Assim como Isaías precisamos reconhecer que somos assim, e que precisamos de um toque de Deus em nossos lábios.
O livro de provérbios está repleto de ensinamentos sobre o falar. Como eu e você falamos com sabedoria?

1) Falamos com sabedoria quando falamos pouco

A Palavra de Deus em Provérbios nos ensina que não é prudente o falar exageradamente. “O que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das angústias” (Provérbios 21.23). Quem de nós nunca teve o desejo de recolher, caso fosse possível, alguma palavra que foi proferida? Ah! Se pudéssemos voltar atrás! É como uma seta lançada no horizonte, como um travesseiro de penas espalhado ao vento, já não podemos recolher.
“No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente” (Provérbios 10.19). Quanto mais falamos menos refletimos sobre o que devemos falar. Há outro provérbio que diz que é brincando que se diz as verdades. Um alerta especial para as brincadeiras, anedotas ou tiradas. “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo” (Mateus 12.36).
“O mexeriqueiro revela o segredo; portanto, não te metas com quem muito abre os lábios” (Provérbios 20.19). Quando falamos muito e o assunto acaba (coceira nos lábios), começamos a falar dos outros. “Irmãos, não faleis mal uns dos outros…” (Tiago 4.1).
Para falarmos com sabedoria, precisamos de um toque de Deus em nossos lábios.

2) Falamos com sabedoria quando falamos a verdade

Deus odeia a mentira porque ela tem origem no inferno e procede do pai da mentira (João 8.44). Não há sabedoria alguma quando de nossa boca saem mentiras, mentirinhas, ou meias-verdades. “Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos” (Provérbios 6.16-19).
O ensino de Jesus é claro em Mateus 5.37: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno”. Fomos chamados para viver em um reino de luz e de verdade. Não pode haver engano ou nada encoberto em nossa vida, podemos nos enganar ou enganar as pessoas a nossa volta por muito tempo, mas não enganamos a Deus, o justo juiz.
Para falarmos com sabedoria, precisamos viver na verdade e falar a verdade.

3) Falamos com sabedoria quando falamos com brandura

Minha esposa e filhas sempre me dizem que eu comunico muito sem palavras. Não é apenas o que dizemos, mas como dizemos, nos comunicamos também com olhares, gestos, posturas e tom de voz. Devemos ter cuidado com a maneira que falamos. “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo” (Provérbios 16.24).
As palavras ditas sem brandura podem provocar grandes desastres. Provérbios 26.20-21: “Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda. Como o carvão é para a brasa, e a lenha, para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas”.
Como é bom quando em meio a um conflito ouvimos uma palavra de conciliação. Quando lábios são abertos e temos a impressão de que um balde de água foi jogado sobre uma fogueira. “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15.1).
Para falarmos com sabedoria precisamos de um toque de brandura em nossos lábios.

4) Falamos com sabedoria quando falamos para abençoar

Um livro que me ajudou muito no começo de minha caminhada cristã foi “Há poder em suas palavras” de Don Gosset. Tudo começou com a palavra: “Disse Deus…”, tudo recomeçou com a Palavra: “E o verbo (Palavra) se fez carne…”. Foi bom entender que tudo que falamos gera vida ou morte. “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto” (Provérbios 18.21).
Tiago nos alerta que (3.10): “De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim”.
Como pode ser isso? De uma mesma fonte jorrar água doce e amarga? Como temos usado nossas palavras? Para a morte ou para a vida? Para falarmos com sabedoria, precisamos de um toque abençoador em nossos lábios.
Conclusão
O Senhor Jesus nos ensinou que nossa boca (palavras) reflete o que está cheio o nosso coração (Mateus 12.34, Lucas 6.45) e que o que contamina o ser humano é o que sai de sua boca, pois isto vem do coração. “Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem” (Mateus 15.18)).
Logo, não se trata de cuidarmos das palavras, mas da fonte de onde elas procedem.
Falar pouco é ter um coração que encontrou descanso em Jesus, falar a verdade é ter um coração que vive no reino da luz juntamente com Jesus, falar com brandura é ter o coração invadido e dominado pelo Espírito Santo de Jesus e falar de forma abençoadora é ter um coração como o coração de Jesus.
Que Deus, em Cristo Jesus, nos dê um novo coração e lábios transformados.

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