Pena que essa não é uma história verdadeira.
Desde pequenos somos ensinados a desenvolver mentiras diplomáticas. Aprendemos a dizer que gostamos de um presente indesejado e sem graça recebido do tio, a sorrir diante daquele beijo lambuzado da tia, a dissimular alegria diante daquele aperto de bochecha dolorido da amiga da mãe, a fingir não saber onde estão os doces escondidos, a colocar um vaso na frente do vidro quebrado e a nos calar diante dos incontáveis inconvenientes familiares. Essa escola intensiva ensinou como enganar os outros para benefício próprio, quer seja para fugir de castigos, ou para alcançar recompensas.
Estatísticas apontam que uma pessoa mente a cada 8 minutos, desde o silêncio enganador, ou o barulho maquinado, a bajulação falsa, ou o desprezo calunioso, o sorriso dissimulado para manter uma boa atmosfera, ou choro simulado para provocar piedade, uma conta trapaceira, uma desculpa esfarrapada, a súbita mudança de assunto na tentativa de chamar atenção para outro ponto, a omissão intencional, até a mais articulada e escancarada ação de engano. A falta de vontade de se ouvir a verdade intensifica o hábito de mentir. Também nem sempre a nossa verdade corresponde à verdade. A psicologia explica a mentira como mecanismo de defesa, a sociologia como busca do poder, a filosofia como imperfeição humana, a antropologia como um talento de convivência social, mas Cristo deixa claro que a mentira é do Diabo, quando disse: “Vocês são filhos do Diabo e querem fazer o que o pai de vocês quer. Desde a criação do mundo ele foi assassino e nunca esteve do lado da verdade porque nele não existe verdade. Quando o Diabo mente, está apenas fazendo o que é o seu costume, pois é mentiroso e é o pai de todas as mentiras” (João 8.44 - NTLH. Leia também 1 Timóteo 4.1-2).
A Bíblia revela que a pessoa que diz mentiras produz injustiça (Provérbios 12.17), é indecente e vergonhosa (Provérbios 13.5), é traidora (Provérbios 14.25), é tão perigosa quanto uma espada, um porrete ou uma flecha afiada (Provérbios 25.18), com suas palavras bajuladoras causa desgraças (Provérbios 26.28), perverte todos os seus liderados (Provérbios 29.12), prejudica os pequenos (Isaías 32.7), conduz as pessoas ao erro (Jeremias 23.32) e fala do que está cheio o coração (Mateus 15.19). Embora o pão da mentira pareça suave a essa pessoa, depois sua boca se encherá de pedrinhas de areia (Provérbios 20.17), pois será expulsa da presença de Deus (Jeremias 27.15), destruída (Oseias 7.13), ficando fora dos céus para todo o sempre (Apocalipse 21.27; 22.15).
Muito embora vivamos num mundo que insiste em tirar o estigma negativo da mentira, querendo fazê-la parecer bonita, necessária à sobrevivência, ou até demonstração de inteligência social, mentir é evidência de uma vida sem Deus.
Pelo fato de a mentira ter sido estabelecida em nossa vida como uma fortaleza profundamente enraizada, abandoná-la é tarefa árdua e muito desafiadora. Mas “as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas” (2 Coríntios 10.4). Somente em Cristo podemos ter vitória completa nessa área (Colossenses 3.9; 1 Pedro 2.1). Ele venceu, pois nunca disse uma mentira (1 Pedro 2.22). Somos chamados para andar na luz e verdade (Efésios 5.8-9), e não em trevas e mentiras. Afinal, “quem quiser gozar a vida e ter dias felizes não fale coisas más e não conte mentiras” (1 Pedro 3.10 - NTLH).
Pr. Rodolfo Montosa
FONTE: www.ipilon.org.br
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