A oração tem um caráter universal. Você pode tocar o mundo inteiro pela oração. O apóstolo Paulo trata desta verdade com clareza (1Tm 2.1-3).
1. A primazia da oração (1Tm 2.1a). “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas…”. As palavras próton pánton “antes de tudo”, indicam primazia de importância e não de tempo. A oração não é um apêndice no culto, mas parte vital dele. Os apóstolos entenderam a primazia da oração, quando decidiram: “Quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (At 6.4).
2. A variedade da oração (2.1b). “… que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças…”. Muito embora o objetivo de Paulo seja insistir na centralidade da oração mais do que numa análise de seus tipos, o apóstolo usa aqui quatro formas de oração. Primeiro, as “súplicas”. Elas estão relacionadas à apresentação de um pedido ou uma necessidade a Deus. A ideia fundamental da palavra grega deesis é um sentimento de necessidade. A oração começa com esse sentimento de nossa total dependência de Deus. Oração é a insuficiência humana aproximando-se da suficiência divina.
Segundo, as “orações”. Designam o movimento da alma em direção a Deus. As orações são um ato de adoração a Deus, exaltando-o pela excelência de seus atributos e rogando a ele pela grandeza de suas misericórdias. Terceiro, as “intercessões”. Elas estão relacionadas com a súplica em favor de alguém ou de alguma coisa. A palavra grega enteuxis traz a ideia de entrar na presença do rei para lhe fazer uma petição. Portanto, nenhum pedido é grande demais para ele. Para Deus não há impossíveis!
Quarto, as “ações de graças”. Elas tratam da nossa gratidão a Deus pelo que ele tem feito. A palavra grega eucaristia, deixa claro que orar não é apenas aproximar-se de Deus para adorá-lo por quem ele é, e rogar a ele suas bênçãos, mas, também, e sobretudo, agradecê-lo pelo que ele tem feito.
3. O alcance da oração (2.1c,2). “… em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade…”.
A oração transpõe todas as barreiras geográficas, culturais e religiosas. Paulo destaca três alcances da oração: primeiro, “em favor de todos os homens”. Isso significa que nenhuma pessoa está fora da esfera das nossas orações. Devemos orar pelos salvos e não salvos; pelos irmãos e até pelos inimigos. A expressão “todos os homens” neste contexto significa todos os homens sem distinção de raça, nacionalidade ou posição social e não todos os homens individualmente, tomados por um.
Segundo, “em favor dos reis”. Mesmo que essas autoridades sejam perversas, como era o caso do imperador Nero, devemos orar por elas. Mesmo que pessoalmente sejam pessoas indignas, a posição que ocupam merece nosso respeito e deve ser objeto das nossas orações. Terceiro, “em favor dos que se acham investidos de autoridade”. A Bíblia é clara em afirmar que toda autoridade procede de Deus e é ministro de Deus para coibir o mal e promover o bem (Rm 13.1-3). Em vez de falar mal das autoridades, devemos orar por elas.
4. Os propósitos da oração (2.2b,3). Com que propósito devemos orar? Devemos orar para vivermos uma vida tranquila e mansa. A vida tranquila refere-se a uma vida livre de inquietudes externas, enquanto a vida mansa é uma vida que está livre de perturbações internas. Devemos orar para vivermos com toda piedade e respeito. Devemos orar porque isto agrada a Deus. O Pai se agrada de ver seus filhos orando e vivendo em sua dependência. O Pai se agrada em ver seus filhos colocando-se na brecha em favor de todos os homens, bem como dos reis e das demais autoridades constituídas.
Reverendo Hernandes Dias Lopes
Diretor executivo da LPC
Fonte: LPC
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